Um raro avistamento de um peixe "diabo negro" (Melanocetus johnsonii) chamou a atenção dos biólogos e das redes sociais no final de janeiro. O espécime, que normalmente habita profundezas entre 200 e 2.000 metros, foi registrado nadando próximo à superfície do oceano, a cerca de dois quilômetros da costa de Tenerife, na Espanha.
O vídeo, divulgado por pesquisadores da ONG Condrik Tenerife e posteriormente compartilhado nas redes sociais, rapidamente viralizou. No entanto, muitos internautas se sentiram enganados ao descobrir que o animal era minúsculo, com apenas três centímetros.
A surpresa se deu porque as imagens divulgadas inicialmente mostravam o peixe sem nenhuma referência de escala, dando a impressão de que se tratava de um animal muito maior. Quando um novo vídeo foi postado no TikTok por uma visitante do Museu de Natureza e Arqueologia (MUNA), revelando o verdadeiro tamanho do peixe ao ser segurado na mão de uma pessoa, a internet entrou em choque.
"Para todos que pensavam que ele era um gigante, na verdade, é um pequeno bebê", escreveu a autora do vídeo.
Nos comentários, muitos usuários expressaram sua surpresa de maneira bem-humorada:
A confusão acontece porque os machos dessa espécie são extremamente pequenos, chegando no máximo a três centímetros ao longo da vida. Já as fêmeas podem atingir até 18 centímetros, o que ainda é relativamente pequeno para um peixe das profundezas.
O diabo negro é conhecido por seu aspecto intimidador e sua estratégia de caça: ele possui um apêndice dorsal bioluminescente repleto de bactérias simbióticas que servem para atrair suas presas, mecanismo retratado na animação "Procurando Nemo".
Segundo os pesquisadores da ONG Condrik Tenerife, a presença do peixe em águas rasas é extremamente incomum e ainda está sendo estudada. Possíveis explicações incluem doenças, ataque de predadores ou mudanças nas correntes oceânicas.
Dado o estado debilitado do animal, os pesquisadores decidiram recolhê-lo e levá-lo para o Museu de Natureza e Arqueologia (MUNA), onde serão realizados estudos detalhados para entender o que levou o peixe das profundezas até a superfície.
O registro foi considerado um marco na pesquisa marinha, uma vez que essa espécie raramente é vista viva e em seu habitat natural.