A Polícia Penal do Rio Grande do Sul informou na manhã desta quinta-feira (13) que Deise Moura dos Anjos , suspeita de envenenar familiares com arsênio em um bolo, foi encontrada morta na cela da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba , na região metropolitana de Porto Alegre.
Deise ficou sozinha na cela e foi achada sem vida durante conferência matinal dos agentes penitenciários. Segundo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) , os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) , mas os profissionais de saúde apenas constataram o óbito .
A Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) investigam as circunstâncias da morte.
Deise Moura foi presa no dia 5 de janeiro sob acusação de envenenar a farinha usada pela sogra para preparar um bolo, consumido por familiares na antevéspera de Natal , em Torres , no litoral do Rio Grande do Sul.
Três mulheres morreram após ingerir o alimento contaminado, enquanto a sogra de Deise e uma criança de 10 anos ficaram hospitalizadas, mas recebidas alta.
A perícia confirmou que a farinha utilizada no bolo continha altas dosagens de arsênio , e a polícia encontrou notas fiscais de compra da substância no celular de Deise.
A Polícia Civil traçou um perfil psicológico da suspeita, descrevendo-a como "manipuladora" e "fria" . O caso manifestou suspeitas de que Deise poderia estar envolvida em outros possíveis homicídios.
Um dos episódios sob investigação é a morte do pai de Deise, José Lori da Silveira Moura , ocorrido em 2020 , quando ele tinha 67 anos . Na época, o falecimento foi atribuído a cirrose , mas o pesquisador agora analisa se houve envolvimento da filha no caso.
Na última quarta-feira (12), um laudo do IGP mencionou que os alimentos levados por Deise ao hospital, quando visitou sua sogra após o envenenamento, não continham veneno . Foram analisados torrone, bombons, biscoitos, barras de cereal, chiclete, suco e até um pastel , mas não foram encontradas substâncias tóxicas.