Repórter é baleada na perna durante protesto pró-imigração em Los Angeles

Los Angeles (EUA) — A tensão política nos Estados Unidos saiu das instituições e tomou as ruas, especialmente na Califórnia, após a adoção de novas medidas federais contra imigrantes. A cidade de Los Angeles se tornou o epicentro dos protestos, com confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança. Ao menos 56 pessoas foram presas durante as manifestações, incluindo menores de idade, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (9) pela Polícia de Los Angeles (LAPD).

Entre os feridos estão dois jornalistas estrangeiros, atingidos por projéteis durante a cobertura dos atos. A australiana Lauren Tomasi, da emissora Nine News, foi baleada na panturrilha com uma bala de borracha disparada por policiais do LAPD durante a dispersão de manifestantes nos arredores do Centro de Detenção Metropolitano, no último domingo (8).

“O LAPD avançou a cavalo, disparando balas de borracha contra os manifestantes e forçando-os a recuar pelo centro de Los Angeles”, relatou Tomasi. Imagens divulgadas pela emissora mostram o momento em que a repórter grita de dor após ser atingida, sendo amparada por manifestantes. Uma testemunha ainda confronta os policiais: “Você acabou de atirar na repórter!”.

Em nota, a Nine News informou que a jornalista e o cinegrafista que a acompanhava estão bem e continuarão com a cobertura. “Este episódio é um lembrete gritante dos perigos que jornalistas enfrentam na linha de frente”, destacou o comunicado.

Outro caso grave envolveu o fotógrafo britânico Nick Stern, atingido por uma bala de esponja de 14 mm enquanto trabalhava na cidade de Paramount, também no Condado de Los Angeles. Stern precisou passar por uma cirurgia de emergência no Centro Médico Memorial de Long Beach.

“Minha primeira preocupação foi saber se estavam atirando com munição real”, disse à agência PA. Ele contou que manifestantes o ajudaram a sair da confusão após perceber que havia sangue escorrendo pela perna. Stern, que já havia sido ferido em 2020 durante protestos pela morte de George Floyd, criticou a ação da polícia e a presença de agentes federais.

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