Zholia Alemi, de 63 anos, conhecida como a “psiquiatra fajuta” no Reino Unido, foi condenada a devolver £ 406.624 (o equivalente a mais de R$ 3 milhões) ao NHS, o sistema público de saúde britânico. Caso não cumpra a ordem, poderá enfrentar mais dois anos e meio de prisão.
Alemi atuou como psiquiatra por 22 anos em diversas regiões do Reino Unido, mesmo sem possuir diploma de medicina. Ela falsificou documentos da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, e enganou o Conselho Médico Geral britânico, obtendo registro profissional sem precisar passar pelas avaliações exigidas de médicos estrangeiros. Na realidade, ela nunca concluiu sequer o primeiro ano da graduação.
Durante esse período, Alemi atendeu centenas de pacientes, prescrevendo medicamentos, determinando internações e até mesmo realizando procedimentos invasivos como a terapia eletroconvulsiva — tudo sem qualificação médica.
Além das práticas médicas ilegais, Alemi também cometeu diversos crimes financeiros. O caso mais notório foi o de uma idosa de 87 anos, cujo testamento foi modificado pela falsa psiquiatra na tentativa de ficar com uma herança de £ 1,3 milhão (cerca de R$ 6,7 milhões). Ela teria se aproximado da paciente com o objetivo de conquistar sua confiança durante as sessões de “terapia”.
Segundo Adrian Foster, promotor do Crown Prosecution Service, Alemi colocou em risco a vida de inúmeros pacientes e fraudou o erário público ao receber salários e benefícios médicos superiores a £ 1 milhão (R$ 9 milhões).
“Ela tinha pouca consideração pelo bem-estar dos pacientes. Fraudou o sistema público e usou qualificações médicas falsas para se beneficiar pessoalmente”, disse Foster.
A falsa médica foi condenada a sete anos de prisão em fevereiro de 2023, após ser considerada culpada por 13 acusações de fraude, além de crimes como falsificação de documentos e uso indevido de títulos profissionais. Ela passou a ser investigada mais profundamente a partir de 2018, após tentar falsificar o testamento de uma paciente em Cumbria.
Zholia Alemi nasceu no Irã, mas viveu na Nova Zelândia no início da década de 1990. Desde então, trabalhou “quase continuamente” para o NHS e também para prestadores de saúde privados em diferentes regiões do Reino Unido, até que suas mentiras vieram à tona.