O policial militar Diogo Ádamo Monteiro de Lucena, de 35 anos, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça do Rio Grande do Norte nesta quarta-feira (21), após passar por audiência de custódia. Ele é suspeito de participar do roubo à residência de um casal de idosos, ocorrido na madrugada de terça-feira (20), em Mossoró, no Bairro Alto do Sumaré.
Segundo a Polícia Civil do RN, Diogo foi autuado em flagrante por roubo com uso de arma de fogo, concurso de pessoas e restrição da liberdade das vítimas. Ele está custodiado no presídio militar do Ceará, à disposição da Justiça. O crime aconteceu por volta das 3h da manhã, quando três homens armados e encapuzados invadiram a casa, renderam o casal e os trancaram em um closet sob ameaça. As vítimas só conseguiram sair por volta das 6h, com a chegada da empregada doméstica.
As investigações da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR) contaram com o auxílio de imagens de câmeras de segurança, que ajudaram a identificar o veículo usado na ação criminosa como sendo registrado em nome do policial.
Diogo alegou que o carro estava em uma oficina desde o dia 18 de maio. No entanto, o proprietário da oficina desmentiu a versão, afirmando que o veículo foi deixado somente na manhã do dia seguinte ao roubo.
Durante diligências, os policiais encontraram uma caixa de whisky da marca Old Parr em frente à casa do PM e outra garrafa no porta-malas do carro. As vítimas reconheceram os itens como parte do que foi levado durante o crime. A arma de fogo do policial também foi apreendida.
Em nota, o advogado de defesa Antônio Douglas de Sousa Pereira classificou a prisão como "ilegal e sem fundamento sólido", afirmando que o agente não foi reconhecido pelas vítimas, não foi pego em flagrante e não portava nenhum item diretamente relacionado ao crime no momento da abordagem.
A defesa ainda destacou que a caixa de whisky e o amassado no veículo são provas frágeis. “O whisky é um produto amplamente vendido e o amassado é semelhante a muitos outros existentes na cidade”, alegou o advogado.
Segundo ele, a prisão se deu “apenas por suposição e coincidências genéricas”, sem elementos técnicos ou reconhecimento formal que comprovem o envolvimento do policial.
A Controladoria Geral de Disciplina do Ceará (CGD) informou que instaurou um procedimento disciplinar para apurar administrativamente a conduta do policial, e que o caso segue em trâmite interno.
A Polícia Civil do RN segue investigando os demais envolvidos no crime. Até o momento, outros dois suspeitos que participaram do roubo ainda não foram identificados.