O Núcleo de Audiências de Custódia (NAC) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) manteve a prisão preventiva de dois homens acusados de feminicídio. Os casos chocaram o Distrito Federal ao ocorrerem em menos de 24 horas de diferença entre si. As vítimas foram assassinadas pelos ex-companheiros em contextos de extrema violência, um deles na presença dos filhos.
Os indiciados são Silvoneide Carvalho de Tôrres, de 42 anos, acusado de matar Vanessa da Conceição Sousa, de 31, e Rafael Moreira da Cruz, de 34 anos, responsável pela morte de Liliane Cristina de Carvalho.
Durante as audiências, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se manifestou pela regularidade das prisões em flagrante e pela conversão em preventivas. As defesas dos acusados solicitaram liberdade provisória, mas os juízes negaram os pedidos.
“As prisões foram realizadas de forma legal, conforme determinações constitucionais e processuais”, destacaram os magistrados ao validarem os flagrantes.
Para os juízes, os dois casos reúnem fundamentos concretos para a conversão em prisão preventiva, tanto pela gravidade dos fatos quanto pelos indícios claros de autoria. A decisão reforça a preocupação com a preservação da ordem pública e a integridade das vítimas sobreviventes, especialmente no caso em que os filhos presenciaram o crime.
O primeiro crime aconteceu na noite de domingo (18/5), em Samambaia Norte. Vanessa da Conceição Sousa foi assassinada dentro de casa, no Conjunto 17 da QR 421. O suspeito, Silvoneide de Tôrres, teria desferido um golpe de faca na clavícula da vítima, que não resistiu aos ferimentos. O Corpo de Bombeiros foi acionado e tentou reanimá-la, mas o óbito foi confirmado no local. A 26ª Delegacia de Polícia investiga o caso.
Menos de um dia depois, na manhã de segunda-feira (19/5), Liliane Cristina de Carvalho foi morta com pelo menos 11 facadas, na residência da família localizada entre as QNPs 24/28, no setor P Sul, em Ceilândia. O crime foi presenciado pelos filhos do casal. Uma das crianças, de aproximadamente 8 anos, também foi agredida, mas não ficou gravemente ferida. Após o assassinato, Rafael Moreira da Cruz se entregou à 23ª Delegacia de Polícia, que conduz as investigações.
Com a manutenção das prisões, os casos seguem agora para o Tribunal do Júri: o de Silvoneide foi encaminhado à Vara de Júri de Brasília, e o de Rafael à Vara de Júri de Ceilândia. Ambos os homens responderão por feminicídio qualificado, crime com pena prevista de até 30 anos de prisão, podendo ser aumentada devido à presença de agravantes, como o crime cometido na frente de crianças.