Um novo ataque de onça registrado na manhã do último sábado (10) reacendeu o clima de preocupação entre moradores da zona rural de Talismã, no sul do Tocantins. Desta vez, um bezerro foi gravemente ferido na Fazenda Volta Grande e corre risco de morrer. Desde o início de maio, ao menos quatro propriedades rurais foram alvo de felinos, resultando na morte de diversos animais, como bezerros, porcos e até um filhote de cavalo.
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil, João Carlos Lopes, o ataque mais recente ocorreu por volta das 6h da manhã. O horário coincide com o momento em que crianças costumam sair para pegar o ônibus escolar — o que levou a prefeitura a adotar medidas emergenciais para garantir a segurança dos estudantes.
“Os ataques estão acontecendo sempre no mesmo horário, entre a madrugada e o nascer do sol, o que preocupa ainda mais. Não é possível que seja um único animal, já que os locais atacados estão distantes uns dos outros”, explicou o secretário.
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Diante da escalada de ataques, a Prefeitura de Talismã acionou o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) na quarta-feira (7), solicitando apoio da chamada “Equipe de Selva” para identificar, monitorar e capturar os animais responsáveis pelas investidas.
O Naturatins confirmou que uma equipe técnica foi deslocada para a região já na sexta-feira (9) e está realizando trabalho de campo para avaliar a situação e tomar medidas adequadas.
A série de ataques teve início no dia 3 de maio, na Fazenda Peroba. Em seguida, novas ocorrências foram registradas nos dias 5 e 6 de maio, nas fazendas Porteira Velha e Renascer, respectivamente. O ataque mais recente, na Fazenda Volta Grande, reforça o temor de que um ou mais felinos estejam circulando pelas áreas de reserva ambiental, onde se concentram as propriedades rurais da região.
“Na região do Canoeiro, temos a maior área contínua de reserva da região. Já as fazendas Felicidade e Juriti formam outro núcleo de mata preservada. A Peroba e Monte Lírio também estão localizadas em áreas serranas. Essas reservas são habitat natural das onças, pois oferecem vegetação densa e alimento”, explicou João Carlos Lopes.