A Polícia Militar do Estado de São Paulo abriu uma investigação para apurar a conduta de policiais do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de São José do Rio Preto, no interior paulista, após a divulgação de um vídeo em que os agentes aparecem diante de uma cruz em chamas e fazendo gestos associados a grupos supremacistas brancos, como a Ku Klux Klan.
O vídeo, publicado inicialmente no perfil oficial do batalhão no Instagram, mostra um cenário com velas acesas formando um corredor, fumaça de sinalizadores vermelhos, a sigla “Baep” e viaturas ao fundo. Em determinado momento, policiais surgem em frente à cruz pegando fogo, e um deles faz um gesto semelhante à saudação nazista com o braço estendido.
Em um segundo registro do mesmo momento, obtido pela Ponte Jornalismo, um dos policiais realiza um juramento com o braço erguido:
“Incorporando-me ao 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia, prometo honrar esse brasão como símbolo da dignidade, moralidade, legalidade e lealdade, pela defesa da sociedade paulista, pelas tradições do Baep e da Polícia Militar do Estado de São Paulo, se preciso, com o sacrifício da própria vida”.
Após a forte repercussão negativa, o vídeo foi retirado do ar.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que a Polícia Militar é uma instituição legalista e repudia qualquer manifestação de intolerância.
“Assim que tomou conhecimento das imagens, a Corporação instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias relativas ao caso. A PM não compactua com desvios de conduta e reforça que qualquer manifestação que contrarie seus valores e princípios será rigorosamente apurada e os envolvidos responsabilizados.”
O caso gerou indignação entre especialistas em direitos humanos, entidades civis e lideranças políticas, que pedem transparência na apuração e punição exemplar caso se confirme a apologia ao nazismo ou qualquer tipo de intolerância.